quinta-feira, 1 de março de 2012

um pouco de reflexões tolas.. parte 4

Existem premissas pessoais que nos parecem tão certas  e, do nada, o contrário acaba se provando verdadeiro.. o mais engraçado é que tínhamos a nítida certeza de que aquelas eram certezas que guiavam nossos procedimentos na vida e suas variantes e, como se fosse uma poeira que é retirada por uma simples flanela que toca suavemente o móvel dando-lhe brilho, nossas ideias mudam como que da água para o vinho..

Muita gente boa já estudou o cérebro e o comportamento humanos e provável que já exista alguma explicação científica para toda essa questão mas, como todo filósofo de boteco, cá estou eu dando minha mera contribuição ao assunto.. talvez ajude algum incauto a orientar sua vida (hehe).. em suma, acho que esta é uma das muitas questões de isso versus aquilo, no caso, o clássico "foco x desculpas".. pode até parecer que um assunto nada tem a ver com outro a primeiro momento mas tem muito a ver sim..

Em geral, as premissas de vida de uma pessoa deveriam se basear em valores sólidos com influência em toda a sua vida.. estes valores não são mudados facilmente com base em emoções simples.. qualquer mudança nesse sentido é fruto de um exercício mental e confrontamento de ideias.. ou seja, não é qualquer ideia nova desestruturada que faz uma pessoa mudar de opinião.. esta ideia tem que ter algum tipo de fundamento lógico que faça a pessoa não ter outra opção que não seja a de mudar a primeira premissa dada que esta era falsa dadas as novas condições..

Mas o que vemos hoje em dia é que, as pessoas mudam tão facilmente de ideias com relação a alguns temas que as explicações plausíveis sobre isso é que, ou as mesmas não conseguem aplicar suas premissas de comportamento devido a possuírem premissas não-sólidas ou ainda, essas pessoas possuem uma ausência de premissas ou valores que a façam pelo menos refletir no que dizem para si mesmas.. estas pessoas estão mentido para si mesmas o tempo todo pois lhes falta foco.. e foco é algo que advém de conceitos sólidos e não-temporais pois para se focar em metas de vida, é necessário basear estas metas em algum tipo de valor..

Quando fixamos as metas em valores temporais ou efêmeros, a tendência é que, ao invés de foco, estejamos apenas utilizando desculpas momentâneas para os procedimentos e, desculpas não precisam de valores sólidos para serem formados..elas precisam apenas da vontade de mudar e ponto final.. mas poderíamos mudar coisas realmente importantes na vida como profissão, parceiro ideal, crença, educação de filhos entre outras que definem nossa qualidade de vida com base em simples ideias? claro que sim, eu diria, posso mudar meus conceitos com base em qualquer coisa mas, isto seria esta uma atitude saudável?

Neste ponto é que reside a dualidade entre o foco e as desculpas.. estamos focados em metas ou apenas utilizando desculpas para nossos comportamentos? esta é a pergunta que venho me fazendo há algum tempo e só me dei conta hoje.. o que posso mudar sem precisar pensar muito e em qual momento devo pensar algum tempo até tomar uma decisão acertada.. desfazer um casamento não é a mesma coisa que colocar uma roupa para festa, logo, não deveria tomar essa decisão abruptamente e sem reflexão por exemplo..

Enfim.. temos muitas coisas em que pensar e exemplos a dar neste quesito.. mas a questão não são os exemplos e sim o foco com que tomo minhas decisões.. metas são necessárias e, estas se tornam importantes dados os valores que assumo como essenciais a minha vida.. acho que essa é a ideia a se pensar..

Abraço!

OBS.: comentem o texto pessoal.. sei que este é apenas um dos muitos pontos de vista sobre o assunto e gostaria de saber como vocês encaram o mesmo..

2 comentários:

  1. Muito bom teu texto. Filosófico mesmo. Em relação a tua pergunta, acho que fazemos as duas coisas. Estamos focados em objetividades, temos de ser práticos pra atingirmos metas e não temos tempo para ficar revendo premissas anteriores e elaborar grandes explicações para justificar nossas mudanças. Basicamente, vi tu tratar de um fenômeno pós-moderno. Hoje não conseguimos acreditar em algo por muito tempo. Temos mais liberdade pra escolher no que acreditamos e principalmente pra não acreditar em nada. Temos o problema da perda de referências para nos guiar. Vivemos relações líquidas, que podem se desfazer a qualquer momento, guiadas pela busca da felicidade. Nada é certo, nada é eterno. Com isso temos um dos grandes problemas de nossos tempos, a angustia pós-moderna: ser livre.

    Abraço!

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    Respostas
    1. pois é Daniel..

      as vezes cobramos de pessoas próximas a nós coerência.. mas como encontrar coerência em um mundo que preza por prazer rápido e descompromissado?

      vivemos em um mundo que muda tão rápido que acabamos por não conseguir criar raízes para nossas identidades.. somos camaleões o tempo todo.. artistas em um palco sem luz a procura de um público que não existe..

      enfim.. parar, pensar, parar, repensar e agir.. talvez fosse um bom cronograma a ser empregados por todos em suas vidas..

      talvez encontrássemos um foco desta forma..

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